A proteção dos Anjos
e Santa Faustina
A Ir. Faustina Kowalska, conhecida já em todo o mundo, apóstola
da Misericórdia de DEUS, é considerada pelos teólogos como fazendo parte dum
grupo de notáveis místicos da Igreja. Nasceu a 25 de Agosto de 1905 e foi a
terceira de dez filhos de uma pobre, mas piedosa família em Glogowiec (Polónia).
No dia 1 de Agosto de 1925 entrou no convento da congregação das Irmãs de N.
Sra. da Misericórdia em Varsóvia.
Toda a sua vida se concentrava n efectivo desejo duma união cada vez mais plena com DEUS e em colaborar generosamente com JESUS na obra da salvação das almas. "Ó meu JESUS - confessou no diário - Vós sabeis que desde os meus mais tenros anos tinha intenção de me tornar uma grande santa, quer dizer, desejava amar-Vos com um amor tão imenso, como o de nenhuma outra alma que, até então, Vos tivesse amado…" (Diário 1372).
Fisicamente esgotada até ao limite, embora o seu espírito plenamente amadurecido, unida misticamente a DEUS, acabou por falecer em fama de Santidade no 5 de Outubro de 1938, com apenas 33 anos de vida e 13 anos de profissão religiosa. Em Roma, no Domingo de Pascoela (a partir de então chamado "Domingo da Misericórdia") no Ano Santo de 2000 foi canonizada pelo Beato Papa João Paulo II. Transcrevemos em seguida, com algumas ligeiras adaptações, uma parte de um artigo do Pe. Marcelo Magalhães S.A.C. Este artigo foi tirado do "Mensageiro da Misericórdia divina" (Julho/Set. 2004, nº 3 (21) 2004, p. 15-18).
"Nestes tempos difíceis quão importante é dar- nos conta de uma realidade que por tantas vezes nos esquecemos ou não honramos como deveria ser honrada a realidade Angélica (…) Os santos em geral tiveram uma grande devoção aos Anjos, especialmente ao Anjo da Guarda e aos Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael.
Também na vida de Santa Faustina, essa realidade que a Igreja nos apresenta como dogma de fé, foi experimentada de forma muito concreta e viva. Citamos alguns textos, como este, por exemplo, numa das viagens fez a Ir. Faustina; ela relata:
"Então, vi ao meu lado um dos sete Espíritos, radioso como anteriormente, sob uma forma luminosa. Observei que se mantinha constantemente a meu lado e, mesmo enquanto estava a viajar de comboio, via-o. Reparei que em cima de cada uma das igrejas por onde passava se encontrava um Anjo, embora envolvido numa aura de luz mais pálida do que a do Espírito que me acompanhava durante a viagem. E cada um dos que guardavam as igrejas inclinava-se diante desse Espírito que estava a meu lado.
Quando entrei no portão do convento em Varsóvia, esse Espírito desapareceu. Agradeci a Deus pela Sua bondade em nos dar Anjos por companheiros. Oh, como as pessoas consideram pouco o facto de terem sempre perto de si um visitante como este, que é, ao mesmo tempo, testemunha de tudo! Pecadores, lembrai-vos que também vós tendes uma testemunha de todos os vossos actos!" (Diário 630)
Como é importante invocarmos tais amigos para nos defendermos do anjo inimigo que é o demónio. Santa Faustina escreveu:
"… Ao chegar à noite, (porém), senti-me muito cansada, sem ser capaz de fazer a Hora Santa, pelo que pedi (autorização) à Madre Superiora, para me ir recolher mais cedo do que era costume. Assim que me deitei, adormeci logo mas, pelas onze horas, o demónio abanou a minha cama. Acordei de súbito e comecei calmamente a rezar ao meu Anjo da Guarda. Tive então a visão das almas que estão a fazer penitência no Purgatório. Eram como sombras e, de permeio, notei também muitos demónios. Havia até um deles que, tomando a forma de um gato, me procurava molestar, atirando-se para cima da cama e dos meus pés, tão pesado como se fossem várias arrobas. Durante todo aquele tempo, tinha-me mantido a rezar o rosário e foi só com a madrugada que essas entidades desapareceram, podendo enfim adormecer. "Quando fui à capela, de manhã, ouvi na minha alma a seguinte voz:
-"Estás unida a Mim, nada temas; mas fica sabendo, Minha filha, que Satã te odeia; e, embora o rancor dele seja a toda e qualquer alma, atiça-se-lhe um especial ódio contra ti, já que foste tu quem arrancaste muitas almas ao seu domínio"." (Diário 412)
Por isso devemos invocar, como Santa Faustina, a sua protecção (dos Anjos) sobre nós e as nossas casas. "Quando me apercebi de como era perigoso ficar na portaria nos dias que correm, devido aos tumultos revolucionários e ao ódio que muitos malvados têm aos conventos, dirigi-me ao Senhor e roguei-Lhe que fizesse com que nenhum mal-intencionado ousasse aproximar-se da nossa porta. Então ouvi estas palavras: "Minha filha, desde o momento em que foste para a portaria, no portão está um Querubim a tomar conta; fica tranquila". Quando voltei da conversa que tive com o Senhor, vi uma nuvenzinha branca e, dentro dela, um Querubim de mãos postas; a visão dele era faiscante como o raio; bem reparei como o fogo do amor de Deus ardia nesse olhar…". (Diário 1271)
De forma especial os Anjos querem conduzir- nos a Jesus Eucarístico, mesmo e até principalmente durante as doenças. Assim escreve Santa Faustina:
"À noite a Irmã que cuidava de mim veio dizer- me "Amanhã a Irmã não receberá Nosso Senhor, porque está ainda muito fatigada, depois veremos como será." Isto magoou-me imenso, mas respondi com muita calma: "Está bem". E, submetendo-me inteiramente ao Senhor, procurei dormir. De manhã, fiz a meditação e preparei-me para a Sagrada Comunhão, embora não devesse receber Nosso Senhor. Quando a minha ansiedade e o meu amor atingiram o grau máximo, de repente, vi junto da minha cama um Serafim, que me deu a Sagrada Comunhão, pronunciando estas palavras: "Eis o Senhor dos Anjos". - Quando recebi o Senhor, o meu espírito mergulhou no amor de Deus e em assombro. Repetiu-se isto durante treze dias, embora eu nunca tivesse a certeza se ele m'A traria no dia seguinte; mas submetendo- me a Deus, confio na Bondade Divina e nem ousava pensar se no outro dia iria receber a Sagrada Comunhão dessa maneira.
O Serafim estava rodeado por um grande esplendor; reflectia-se o divino, o amor de Deus. Tinha uma veste dourada e, por cima, uma sobrepeliz e uma estola transparentes. O cálice era de cristal, coberto por um véu também diáfono. Logo que me dava o Senhor, desaparecia imediatamente." (Diário 1676)
Se tal era a sede da Irmã Faustina de receber Jesus eucarístico, mesmo estando impossibilitada, qual não deve ser a nossa, tendo tempo e saúde? Devemos procurar também a confissão, esta não com os Anjos mas com o Sacerdote: "Quando uma vez tive certa dúvida, que despertou em mim um pouco antes da Sagrada Comunhão, logo apareceu novamente o Serafim com Nosso Senhor. Eu, porém, recorri a Jesus e, não obtendo resposta roguei ao Serafim: "Poderias confessar-me?" E ele respondeu-me: "Nenhum Espírito no Céu tem esse poder". Nesse mesmo momento a Santa Hóstia pousou nos meus lábios." (Diário 1677)
Um dia no céu, o nosso Anjo da Guarda nos mostrará o lugar que Deus preparou para cada um de nós. Santa Faustina recebeu esta graça já aqui na terra em Julho de 1936: "Quando, uma vez, rezava fervorosamente aos Santos dos Jesuítas, de repente vi o Anjo da Guarda, que me conduzia ao Trono de Deus. Eu passava por grandes multidões de Santos e reconheci muitos que já conheci das imagens. Avistei muitos Jesuítas que me perguntavam: "De que Congregação é esta alma?" Quando lhes respondi, perguntaram: "Quem é o teu director espiritual?" Respondi que era o Padre Andrasz… Ao quererem falar mais, o meu Anjo da Guarda fez sinal, para que fizessem silêncio, e cheguei à presença do próprio Trono de Deus. Contemplei uma claridade enorme e inacessível e olhei para o lugar que me estava destinado próximo de Deus, mas como ele era não sei, porque estava encoberto por uma nuvem. Todavia o meu Anjo da Guarda disse-me: "Aqui está o teu trono pela tua fidelidade no cumprimento da Vontade Divina". (Diário 683)
Portanto, quem já experimentou "quão suave é o Senhor", sabe o quanto pode ir avante na sua vida com Deus, se emprega bem o seu tempo. Tanto na oração, no trabalho, como no descanso podemos ser um canal da Divina Misericórdia, protegidos e guia- dos pelos Stos. Anjos, como Sta. Faustina."
Conclusão:
Poderíamos objectar: nós também nos tornaríamos com mais facilidade santos, se os Anjos interviessem na nossa vida desta maneira extraordinária como no caso destes exemplos citados. A resposta é a seguinte:
A vida dos Santos, com os seus milagres e intervenções celestes, quer ser para nós um fortalecimento da nossa fé, portanto, como se se abrisse para nós por um momento a cortina do mistério que separa o mundo visível do mundo invisível. Na força desta luz, que por esta pequena abertura da cortina entra no nosso mundo, somos encorajados como o profeta Elias (cf. 1 Reis 19,8) a continuarmos com ânimo a nossa peregrinação rumo ao monte Horeb, símbolo do céu. Mas a maior parte na vida dos santos foi também uma vivência sob o véu da Fé obscura. Assim aprendemos com eles que a nossa convivência com o Santo Anjo da Guarda não tem nada a ver com visões, nem devoções sentimentais, mas que o santo Anjo nos leva a uma maturidade interior, e que a sua acção no nosso dia a dia não serve para eliminar as dificuldades da nossa vida, mas para nos fazer crescer sempre mais profundamente na fé em DEUS. As dificuldades com a ajuda do Anjo deixam de ser uma causa para perder a fé em DEUS, e tornam-se um "trampolim" para nos elevarmos mais alto e solidamente na vida cristã numa fé vivida com uma consciência clara da acção de DEUS no nosso dia a dia, como está escrito no Salmo: "Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me, sabes quando me sento e quando me levanto; à distância conheces os meus pensamentos….
Os teus olhos viram-me em embrião…. Todos os meus dias estavam modelados, ainda antes que um só deles existisse. (Salmo 139,11)
Toda a sua vida se concentrava n efectivo desejo duma união cada vez mais plena com DEUS e em colaborar generosamente com JESUS na obra da salvação das almas. "Ó meu JESUS - confessou no diário - Vós sabeis que desde os meus mais tenros anos tinha intenção de me tornar uma grande santa, quer dizer, desejava amar-Vos com um amor tão imenso, como o de nenhuma outra alma que, até então, Vos tivesse amado…" (Diário 1372).
Fisicamente esgotada até ao limite, embora o seu espírito plenamente amadurecido, unida misticamente a DEUS, acabou por falecer em fama de Santidade no 5 de Outubro de 1938, com apenas 33 anos de vida e 13 anos de profissão religiosa. Em Roma, no Domingo de Pascoela (a partir de então chamado "Domingo da Misericórdia") no Ano Santo de 2000 foi canonizada pelo Beato Papa João Paulo II. Transcrevemos em seguida, com algumas ligeiras adaptações, uma parte de um artigo do Pe. Marcelo Magalhães S.A.C. Este artigo foi tirado do "Mensageiro da Misericórdia divina" (Julho/Set. 2004, nº 3 (21) 2004, p. 15-18).
"Nestes tempos difíceis quão importante é dar- nos conta de uma realidade que por tantas vezes nos esquecemos ou não honramos como deveria ser honrada a realidade Angélica (…) Os santos em geral tiveram uma grande devoção aos Anjos, especialmente ao Anjo da Guarda e aos Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael.
Também na vida de Santa Faustina, essa realidade que a Igreja nos apresenta como dogma de fé, foi experimentada de forma muito concreta e viva. Citamos alguns textos, como este, por exemplo, numa das viagens fez a Ir. Faustina; ela relata:
"Então, vi ao meu lado um dos sete Espíritos, radioso como anteriormente, sob uma forma luminosa. Observei que se mantinha constantemente a meu lado e, mesmo enquanto estava a viajar de comboio, via-o. Reparei que em cima de cada uma das igrejas por onde passava se encontrava um Anjo, embora envolvido numa aura de luz mais pálida do que a do Espírito que me acompanhava durante a viagem. E cada um dos que guardavam as igrejas inclinava-se diante desse Espírito que estava a meu lado.
Quando entrei no portão do convento em Varsóvia, esse Espírito desapareceu. Agradeci a Deus pela Sua bondade em nos dar Anjos por companheiros. Oh, como as pessoas consideram pouco o facto de terem sempre perto de si um visitante como este, que é, ao mesmo tempo, testemunha de tudo! Pecadores, lembrai-vos que também vós tendes uma testemunha de todos os vossos actos!" (Diário 630)
Como é importante invocarmos tais amigos para nos defendermos do anjo inimigo que é o demónio. Santa Faustina escreveu:
"… Ao chegar à noite, (porém), senti-me muito cansada, sem ser capaz de fazer a Hora Santa, pelo que pedi (autorização) à Madre Superiora, para me ir recolher mais cedo do que era costume. Assim que me deitei, adormeci logo mas, pelas onze horas, o demónio abanou a minha cama. Acordei de súbito e comecei calmamente a rezar ao meu Anjo da Guarda. Tive então a visão das almas que estão a fazer penitência no Purgatório. Eram como sombras e, de permeio, notei também muitos demónios. Havia até um deles que, tomando a forma de um gato, me procurava molestar, atirando-se para cima da cama e dos meus pés, tão pesado como se fossem várias arrobas. Durante todo aquele tempo, tinha-me mantido a rezar o rosário e foi só com a madrugada que essas entidades desapareceram, podendo enfim adormecer. "Quando fui à capela, de manhã, ouvi na minha alma a seguinte voz:
-"Estás unida a Mim, nada temas; mas fica sabendo, Minha filha, que Satã te odeia; e, embora o rancor dele seja a toda e qualquer alma, atiça-se-lhe um especial ódio contra ti, já que foste tu quem arrancaste muitas almas ao seu domínio"." (Diário 412)
Por isso devemos invocar, como Santa Faustina, a sua protecção (dos Anjos) sobre nós e as nossas casas. "Quando me apercebi de como era perigoso ficar na portaria nos dias que correm, devido aos tumultos revolucionários e ao ódio que muitos malvados têm aos conventos, dirigi-me ao Senhor e roguei-Lhe que fizesse com que nenhum mal-intencionado ousasse aproximar-se da nossa porta. Então ouvi estas palavras: "Minha filha, desde o momento em que foste para a portaria, no portão está um Querubim a tomar conta; fica tranquila". Quando voltei da conversa que tive com o Senhor, vi uma nuvenzinha branca e, dentro dela, um Querubim de mãos postas; a visão dele era faiscante como o raio; bem reparei como o fogo do amor de Deus ardia nesse olhar…". (Diário 1271)
De forma especial os Anjos querem conduzir- nos a Jesus Eucarístico, mesmo e até principalmente durante as doenças. Assim escreve Santa Faustina:
"À noite a Irmã que cuidava de mim veio dizer- me "Amanhã a Irmã não receberá Nosso Senhor, porque está ainda muito fatigada, depois veremos como será." Isto magoou-me imenso, mas respondi com muita calma: "Está bem". E, submetendo-me inteiramente ao Senhor, procurei dormir. De manhã, fiz a meditação e preparei-me para a Sagrada Comunhão, embora não devesse receber Nosso Senhor. Quando a minha ansiedade e o meu amor atingiram o grau máximo, de repente, vi junto da minha cama um Serafim, que me deu a Sagrada Comunhão, pronunciando estas palavras: "Eis o Senhor dos Anjos". - Quando recebi o Senhor, o meu espírito mergulhou no amor de Deus e em assombro. Repetiu-se isto durante treze dias, embora eu nunca tivesse a certeza se ele m'A traria no dia seguinte; mas submetendo- me a Deus, confio na Bondade Divina e nem ousava pensar se no outro dia iria receber a Sagrada Comunhão dessa maneira.
O Serafim estava rodeado por um grande esplendor; reflectia-se o divino, o amor de Deus. Tinha uma veste dourada e, por cima, uma sobrepeliz e uma estola transparentes. O cálice era de cristal, coberto por um véu também diáfono. Logo que me dava o Senhor, desaparecia imediatamente." (Diário 1676)
Se tal era a sede da Irmã Faustina de receber Jesus eucarístico, mesmo estando impossibilitada, qual não deve ser a nossa, tendo tempo e saúde? Devemos procurar também a confissão, esta não com os Anjos mas com o Sacerdote: "Quando uma vez tive certa dúvida, que despertou em mim um pouco antes da Sagrada Comunhão, logo apareceu novamente o Serafim com Nosso Senhor. Eu, porém, recorri a Jesus e, não obtendo resposta roguei ao Serafim: "Poderias confessar-me?" E ele respondeu-me: "Nenhum Espírito no Céu tem esse poder". Nesse mesmo momento a Santa Hóstia pousou nos meus lábios." (Diário 1677)
Um dia no céu, o nosso Anjo da Guarda nos mostrará o lugar que Deus preparou para cada um de nós. Santa Faustina recebeu esta graça já aqui na terra em Julho de 1936: "Quando, uma vez, rezava fervorosamente aos Santos dos Jesuítas, de repente vi o Anjo da Guarda, que me conduzia ao Trono de Deus. Eu passava por grandes multidões de Santos e reconheci muitos que já conheci das imagens. Avistei muitos Jesuítas que me perguntavam: "De que Congregação é esta alma?" Quando lhes respondi, perguntaram: "Quem é o teu director espiritual?" Respondi que era o Padre Andrasz… Ao quererem falar mais, o meu Anjo da Guarda fez sinal, para que fizessem silêncio, e cheguei à presença do próprio Trono de Deus. Contemplei uma claridade enorme e inacessível e olhei para o lugar que me estava destinado próximo de Deus, mas como ele era não sei, porque estava encoberto por uma nuvem. Todavia o meu Anjo da Guarda disse-me: "Aqui está o teu trono pela tua fidelidade no cumprimento da Vontade Divina". (Diário 683)
Portanto, quem já experimentou "quão suave é o Senhor", sabe o quanto pode ir avante na sua vida com Deus, se emprega bem o seu tempo. Tanto na oração, no trabalho, como no descanso podemos ser um canal da Divina Misericórdia, protegidos e guia- dos pelos Stos. Anjos, como Sta. Faustina."
Conclusão:
Poderíamos objectar: nós também nos tornaríamos com mais facilidade santos, se os Anjos interviessem na nossa vida desta maneira extraordinária como no caso destes exemplos citados. A resposta é a seguinte:
A vida dos Santos, com os seus milagres e intervenções celestes, quer ser para nós um fortalecimento da nossa fé, portanto, como se se abrisse para nós por um momento a cortina do mistério que separa o mundo visível do mundo invisível. Na força desta luz, que por esta pequena abertura da cortina entra no nosso mundo, somos encorajados como o profeta Elias (cf. 1 Reis 19,8) a continuarmos com ânimo a nossa peregrinação rumo ao monte Horeb, símbolo do céu. Mas a maior parte na vida dos santos foi também uma vivência sob o véu da Fé obscura. Assim aprendemos com eles que a nossa convivência com o Santo Anjo da Guarda não tem nada a ver com visões, nem devoções sentimentais, mas que o santo Anjo nos leva a uma maturidade interior, e que a sua acção no nosso dia a dia não serve para eliminar as dificuldades da nossa vida, mas para nos fazer crescer sempre mais profundamente na fé em DEUS. As dificuldades com a ajuda do Anjo deixam de ser uma causa para perder a fé em DEUS, e tornam-se um "trampolim" para nos elevarmos mais alto e solidamente na vida cristã numa fé vivida com uma consciência clara da acção de DEUS no nosso dia a dia, como está escrito no Salmo: "Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me, sabes quando me sento e quando me levanto; à distância conheces os meus pensamentos….
Os teus olhos viram-me em embrião…. Todos os meus dias estavam modelados, ainda antes que um só deles existisse. (Salmo 139,11)