Os santos Anjos e a
Virgem Maria
"O Senhor Deus disse à serpente: "Por teres feito isto. serás
maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais ferozes dos campos.
Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua
vida. Farei reinar a inimizade entre ti a mulher, entre a tua descendência e a
dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar"" (Gn. 3,
14-15)
O drama do surgimento do pecado no homem com todas as
consequências para a nossa natureza e história fez brotar do "Coração" de Deus a
maior de todas as misericórdias: o mistério da Redenção, ou seja, o desígnio de
salvar e resgatar a humanidade da sua condição de pecadora.
O DESÍGNIO DA NOSSA JUSTIFICAÇÃO
O DESÍGNIO DA NOSSA JUSTIFICAÇÃO
Diz o Novo Catecismo: "A justificação é a obra mais excelente do
Amor de Deus manifestado em Cristo Jesus e concedida pelo Espírito Santo. Santo
Agostinho pensa que "a justificação do ímpio é obra maior que a criação do céu e
da Terra", porque "o Céu e a Terra passarão, ao passo que a justificação e
salvação dos eleitos não passarão. Pensa mesmo que a justificação dos pecadores
é mais importante que a criação dos anjos em justiça, pelo facto de testemunhar
uma maior misericórdia" (Cat. Ig. Cat. n.° 1994).
Este amor predilecto de Deus para com o homem constituiu a prova a que todos os anjos foram submetidos. Segundo a Tradição, ela estava ligada:
- ao mistério da Encarnação "por nós homens e por nossa salvação" - conforme rezamos no Credo,
- e, como consequência disto, está interligada à "Maternidade Divina" de Maria.
Para o terço dos anjos que pecaram, "a sua queda consistiu na livre opção destes espíritos criados, que radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o Seu Reino" (Cat. Ig. Cat. n.° 392), que incluía a remissão do homem pecador. Para os Anjos que abraçaram a vontade de Deus, outra coisa não querem senão o cumprimento das promessas divinas feitas pelos profetas à humanidade ao longo dos séculos. Sobre isto dá-nos testemunho S. Pedro: "Esta salvação tem sido objecto das investigações e das meditações dos profetas que predisseram a graça que vos estava destinada. Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo que neles residia e que profetizava os sofrimentos reservados a Cristo e a glória de que seriam seguidos. Foi-lhes revelado que não se destinavam a eles, mas a vós, estas coisas que agora vos são anunciadas por aqueles que vos pregam o Evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do Céu - revelações estas que os próprios Anjos desejam contemplar" (1Pe. 1, 10-12). Portanto a nossa salvação e a visão beatífica eterna em comunhão com eles na Casa do Pai, é uma alegria para os Santos Anjos (cfr. Cat. Ig. Cat. n.° 719)
Por isso não é de estranhar a sua intervenção na Escritura. "Ei-los desde a criação (cfr. Job. 38, 7) e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização" (Cat. Ig. Cat. n.° 332).
NA PLENITUDE DOS TEMPOS
Este amor predilecto de Deus para com o homem constituiu a prova a que todos os anjos foram submetidos. Segundo a Tradição, ela estava ligada:
- ao mistério da Encarnação "por nós homens e por nossa salvação" - conforme rezamos no Credo,
- e, como consequência disto, está interligada à "Maternidade Divina" de Maria.
Para o terço dos anjos que pecaram, "a sua queda consistiu na livre opção destes espíritos criados, que radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o Seu Reino" (Cat. Ig. Cat. n.° 392), que incluía a remissão do homem pecador. Para os Anjos que abraçaram a vontade de Deus, outra coisa não querem senão o cumprimento das promessas divinas feitas pelos profetas à humanidade ao longo dos séculos. Sobre isto dá-nos testemunho S. Pedro: "Esta salvação tem sido objecto das investigações e das meditações dos profetas que predisseram a graça que vos estava destinada. Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo que neles residia e que profetizava os sofrimentos reservados a Cristo e a glória de que seriam seguidos. Foi-lhes revelado que não se destinavam a eles, mas a vós, estas coisas que agora vos são anunciadas por aqueles que vos pregam o Evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do Céu - revelações estas que os próprios Anjos desejam contemplar" (1Pe. 1, 10-12). Portanto a nossa salvação e a visão beatífica eterna em comunhão com eles na Casa do Pai, é uma alegria para os Santos Anjos (cfr. Cat. Ig. Cat. n.° 719)
Por isso não é de estranhar a sua intervenção na Escritura. "Ei-los desde a criação (cfr. Job. 38, 7) e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização" (Cat. Ig. Cat. n.° 332).
NA PLENITUDE DOS TEMPOS
"Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho,
nascido de mulher, nascido sujeito à Lei" (Gal. 4, 4).
"Maria, a santíssima Mãe de Deus, sempre Virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo" (Cat. Ig. Cat. n.° 721). "O Espírito Santo preparou Maria pela Sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça "a Mãe d'Aquele em Quem "habita corporalmente a plenitude da Divindade" (Col. 2, 9). Ela foi, por pura graça, concebida sem pecado, como a mais humilde das criaturas, a mais capaz de acolhimento do dom inefável do Omnipotente. E a justo título que o Anjo Gabriel a saúda como "Filha de Sião: "Alegra-Te" (cfr. Sof. 3, 14; Zac. 2, 14)" (Cat. Ig. Cat. n° 722).
Mas a Virgem não só cumpre assim as profecias que anunciaram a alegria messiânica que está para chegar. Nela também se recapitula a desobediência de Eva. Logo no princípio, temos Eva. Apesar da sua desobediência, ela recebe a promessa duma descendência que sairá vitoriosa do Maligno (cfr. Gn. 3, 15) e a de vir a ser a mãe de todos os vivos (cfr. Gn. 3, 10). Pelo SIM de Nossa Senhora se reparou o NÃO de Eva, por isso Maria é chamava pelos Padres da Igreja a "Nova Eva".
A Sua resposta ao Anjo foi uma verdadeira resposta na mais pura obediência na Fé "Obedecer na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria Verdade. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria" (Cat. Ig. Cat. n° 144).
"Foi na fé, que Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo Anjo Gabriel acreditando que "a Deus nada é impossível" (Lc 1, 37; cfr. Gn. 18, 14) e deu o Seu assentimento: "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc. 1, 38). Isabel saúda-A: "Feliz Aquela que acreditou no cumprimento de quanto Lhe foi dito da parte do Senhor" (Lc 1, 45). É em virtude desta fé que todas as gerações A hão-de proclamar bem-aventurada (cfr. Lc. 1, 48). Durante toda a Sua vida e até à última provação, quando Jesus, Seu Filho, morreu na Cruz, a Sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé" (Cat. Ig. Cat. nº 148-149).
O ANJO TESTEMUNHA AS PRERROGATIVAS MARIANAS
"Maria, a santíssima Mãe de Deus, sempre Virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo" (Cat. Ig. Cat. n.° 721). "O Espírito Santo preparou Maria pela Sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça "a Mãe d'Aquele em Quem "habita corporalmente a plenitude da Divindade" (Col. 2, 9). Ela foi, por pura graça, concebida sem pecado, como a mais humilde das criaturas, a mais capaz de acolhimento do dom inefável do Omnipotente. E a justo título que o Anjo Gabriel a saúda como "Filha de Sião: "Alegra-Te" (cfr. Sof. 3, 14; Zac. 2, 14)" (Cat. Ig. Cat. n° 722).
Mas a Virgem não só cumpre assim as profecias que anunciaram a alegria messiânica que está para chegar. Nela também se recapitula a desobediência de Eva. Logo no princípio, temos Eva. Apesar da sua desobediência, ela recebe a promessa duma descendência que sairá vitoriosa do Maligno (cfr. Gn. 3, 15) e a de vir a ser a mãe de todos os vivos (cfr. Gn. 3, 10). Pelo SIM de Nossa Senhora se reparou o NÃO de Eva, por isso Maria é chamava pelos Padres da Igreja a "Nova Eva".
A Sua resposta ao Anjo foi uma verdadeira resposta na mais pura obediência na Fé "Obedecer na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria Verdade. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria" (Cat. Ig. Cat. n° 144).
"Foi na fé, que Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo Anjo Gabriel acreditando que "a Deus nada é impossível" (Lc 1, 37; cfr. Gn. 18, 14) e deu o Seu assentimento: "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc. 1, 38). Isabel saúda-A: "Feliz Aquela que acreditou no cumprimento de quanto Lhe foi dito da parte do Senhor" (Lc 1, 45). É em virtude desta fé que todas as gerações A hão-de proclamar bem-aventurada (cfr. Lc. 1, 48). Durante toda a Sua vida e até à última provação, quando Jesus, Seu Filho, morreu na Cruz, a Sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé" (Cat. Ig. Cat. nº 148-149).
O ANJO TESTEMUNHA AS PRERROGATIVAS MARIANAS
- A IMACULADA
CONCEIÇÃO
"Para vir a ser Mãe do Salvador "foi adornada por Deus com dons
dignos de uma tão grande missão"" (LG 56). O Anjo Gabriel, no momento da
Anunciação, saúda-A como "Cheia de Graça" (Lc. 1, 28). Efectivamente para poder
dar o assentimento da Sua fé ao anúncio da Sua vocação, era necessário que Ela
fosse totalmente movida pela graça de Deus. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou
consciência de que Maria "cumulada de graça "por Deus tinha sido resgatada desde
a Sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em
1854 por Pio IX: "A bem-aventurada Virgem Maria foi, no primeiro instante da Sua
conceição, por uma graça e favor singular de Deus Omnipotente, em previsão dos
méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada intacta de toda a
mancha do pecado original" (DS 2803).
Esta "brilhante santidade singular", de que foi "enriquecida desde o primeiro instante da Sua conceição" (LG 56), vem-Lhe totalmente de Cristo: foi "remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de Seu filho" (LG 53). Mais que toda e qualquer outra pessoa criada o Pai A "encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais (nos Céus) em Cristo" (Ef. 1,3). "N'Ele A escolheu antes da criação do mundo, para ser na caridade santa e irrepreensível na Sua presença" (Ef. 1. 4). Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida" (Cat. Ig. Cat. n° 491 a 493).
- A VIRGINDADE DE MARIA
Esta "brilhante santidade singular", de que foi "enriquecida desde o primeiro instante da Sua conceição" (LG 56), vem-Lhe totalmente de Cristo: foi "remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de Seu filho" (LG 53). Mais que toda e qualquer outra pessoa criada o Pai A "encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais (nos Céus) em Cristo" (Ef. 1,3). "N'Ele A escolheu antes da criação do mundo, para ser na caridade santa e irrepreensível na Sua presença" (Ef. 1. 4). Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida" (Cat. Ig. Cat. n° 491 a 493).
- A VIRGINDADE DE MARIA
"Desde as primeiras formulações (cfr. DS 10-64), a Igreja
confessou que Jesus foi concebido unicamente pelo poder do Espírito Santo no
seio da Virgem Maria, afirmando igualmente o aspecto corporal deste
acontecimento: Jesus foi concebido "sem sêmen de homem, (por obra e graça) do
Espírito Santo" (Conc. Latrão, em 649: DS 503)" (Cat. Ig. Cat. n° 496).
"As narrativas evangélicas (cfr. Mt. 1, 18-25; Lc. 1, 26-38) entendem a Conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão e possibilidade humanas (cfr. Lc. 1, 34): "O que foi gerado n'Ela vem do Espírito Santo" (Mt. 1, 20), diz o Anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa. A Igreja vê nisto o cumprimento da promessa divina através do profeta Isaías: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho" (Is. 7, 14, segundo a tradução grega de Mt. 1,23)" (Cat. Ig. Cat. n° 497).
"O sentido deste acontecimento só é acessível à fé, que o vê no "laço que liga os mistérios entre si" (DS 3016), no conjunto dos mistérios de Cristo, da Encarnação até à Páscoa. Já St. Inácio de Antioquia fala deste laço: "O Príncipe deste mundo não teve conhecimento da virgindade de Maria e do Seu parto, tal como da morte do Senhor: três mistérios extraordinários, que se efectuaram no silêncio de Deus" (Ad Eph., 19, 1; cfr. 1Cor. 2, 8)" (Cat. Ig. Cat. n° 498).
- MÃE DE DEUS
"As narrativas evangélicas (cfr. Mt. 1, 18-25; Lc. 1, 26-38) entendem a Conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão e possibilidade humanas (cfr. Lc. 1, 34): "O que foi gerado n'Ela vem do Espírito Santo" (Mt. 1, 20), diz o Anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa. A Igreja vê nisto o cumprimento da promessa divina através do profeta Isaías: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho" (Is. 7, 14, segundo a tradução grega de Mt. 1,23)" (Cat. Ig. Cat. n° 497).
"O sentido deste acontecimento só é acessível à fé, que o vê no "laço que liga os mistérios entre si" (DS 3016), no conjunto dos mistérios de Cristo, da Encarnação até à Páscoa. Já St. Inácio de Antioquia fala deste laço: "O Príncipe deste mundo não teve conhecimento da virgindade de Maria e do Seu parto, tal como da morte do Senhor: três mistérios extraordinários, que se efectuaram no silêncio de Deus" (Ad Eph., 19, 1; cfr. 1Cor. 2, 8)" (Cat. Ig. Cat. n° 498).
- MÃE DE DEUS
"Esta dignidade de Maria ser 'Mãe de Deus "foi definida
dogmaticamente no 3.° Concílio Ecuménico reunido em Éfeso, no ano 431
(DS.250).Ela é "Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus d'Ela tenha recebido a
natureza divina, mas porque d'Ela recebeu o corpo sagrado, dotado duma alma
racional, unido ao qual, na sua Pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a
carne" (DS 251)" (Cat. Ig. Cat. n° 466). Noutras palavras: A única Pessoa - o
Verbo Divino - assumiu em Maria a Sua natureza humana. Tem duas naturezas
perfeitas: Divina e Humana, sem aniquilamento de qualquer das duas, numa única
Pessoa, que é realmente Filho de Deus, pois nasceu d'Ela na Sua perfeita
humanidade.
Tal mistério da Encarnação é mais para adorar no profundo silêncio da alma, do que para compreender com a nossa curta inteligência.
A única explicação da Encarnação é-nos dada pelo Anjo na Anunciação: "O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo que vai nascer há-de chamar-Se Filho de Deus" (Lc. 1, 35). E como sinal do cumprimento destas palavras, o Anjo apresenta à Virgem de Nazaré outro prodígio Divino: "Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e está já no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril" (Lc. 1, 36). Aquele que tornou fecunda a estéril de idade avançada, também poderá tornar fecunda a virgem sem colaboração de homem, "porque nada é impossível a Deus" (Lc. 1, 37).
As razões pelas quais Deus quis nascer duma virgem estão relacionadas "tanto à pessoa e à missão redentora de Cristo como ao acolhimento dessa missão por Maria, para o bem dos homens" (Cat. Ig. Cat. n° 502): "a virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação. Jesus só tem Deus por Pai (cfr. Jo. 19, 26-27; Ap. 12, 17). Naturalmente Filho de Seu Pai por Sua divindade, naturalmente Filho de Sua Mãe por Sua humanidade, mas propriamente Filho de Deus nas Suas duas naturezas" (Conc. de Friúl, em 796: DS 619)" (Cat. Ig. Cat. n° 503).
Jesus é concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, porque Ele é o Novo Adão (cfr. 1Cor. 15, 45), que inaugura a nova criação: "O primeiro homem veio da terra e do pó; o segundo homem veio do Céu" (1Cor. 15, 47). A humanidade de Cristo é desde a Sua conceição cheia do Espírito Santo, porque Deus "não dá o Espírito por medida" (Jo. 3,34). E da "Sua plenitude", que Lhe pertence como cabeça da humanidade resgatada (cfr. Col. 1, 18), que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo. 1,16).
- NOSSA MÃE NA ETERNIDADE
Tal mistério da Encarnação é mais para adorar no profundo silêncio da alma, do que para compreender com a nossa curta inteligência.
A única explicação da Encarnação é-nos dada pelo Anjo na Anunciação: "O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo que vai nascer há-de chamar-Se Filho de Deus" (Lc. 1, 35). E como sinal do cumprimento destas palavras, o Anjo apresenta à Virgem de Nazaré outro prodígio Divino: "Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e está já no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril" (Lc. 1, 36). Aquele que tornou fecunda a estéril de idade avançada, também poderá tornar fecunda a virgem sem colaboração de homem, "porque nada é impossível a Deus" (Lc. 1, 37).
As razões pelas quais Deus quis nascer duma virgem estão relacionadas "tanto à pessoa e à missão redentora de Cristo como ao acolhimento dessa missão por Maria, para o bem dos homens" (Cat. Ig. Cat. n° 502): "a virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação. Jesus só tem Deus por Pai (cfr. Jo. 19, 26-27; Ap. 12, 17). Naturalmente Filho de Seu Pai por Sua divindade, naturalmente Filho de Sua Mãe por Sua humanidade, mas propriamente Filho de Deus nas Suas duas naturezas" (Conc. de Friúl, em 796: DS 619)" (Cat. Ig. Cat. n° 503).
Jesus é concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, porque Ele é o Novo Adão (cfr. 1Cor. 15, 45), que inaugura a nova criação: "O primeiro homem veio da terra e do pó; o segundo homem veio do Céu" (1Cor. 15, 47). A humanidade de Cristo é desde a Sua conceição cheia do Espírito Santo, porque Deus "não dá o Espírito por medida" (Jo. 3,34). E da "Sua plenitude", que Lhe pertence como cabeça da humanidade resgatada (cfr. Col. 1, 18), que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo. 1,16).
- NOSSA MÃE NA ETERNIDADE
A Maternidade de Maria completa-se no Calvário (cfr. Jo. 19,
25-27), quando aí recebe todos os membros da Igreja, como filhos. Tal acção
maternal perpetua-se na eternidade, mesmo após a Sua Assunção. E isto que
declara o Concílio Vaticano II: "Esta maternidade de Maria na economia da graça
perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação
e que manteve inabalável junto à Cruz, até à consumação eterna de todos os
eleitos. De facto, depois de elevada ao Céu, não abandonou esta missão
salvadora, mas a com a Sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os
dons da salvação eterna (...). Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os
títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira" (LG 62).
"Mas a função maternal de Maria, em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo, manifesta antes a Sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem SS.ma (...) deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dele depende inteiramente, haurindo aí toda a eficácia" (LG 60). "Efectivamente, nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só se difunde variadamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas, cooperações diversas, que participam dessa fonte única" (LG 62).
Compreendendo esta realidade não podemos estranhar, antes compreender a mediação de Maria, dos Anjos e dos Santos e até, dos irmãos na fé, e dela haurir as graças do Pai por Cristo, em proveito da nossa santificação. A própria Igreja na sua Liturgia da Missa, no acto penitencial, nos ensina isto, quando rezamos a confissão, que se divide em duas partes:
1º - A confissão da nossa condição de pecadores,
2º - O pedido de intercessão de outrém, em nosso favor, do perdão de Deus.
Porque somos indignos de o receber, rezamos: "Por isso, peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós irmãos, que rogueis por mim, a Deus nosso Senhor".
Em toda e qualquer oração que fazemos é o "Espírito Santo que nos une à Pessoa do Filho único, na Sua humanidade glorificada. E por ela e nela que a nossa oração filial comunga, na Igreja, com a Mãe de Jesus" (Cat. Ig. Cat. n° 2673), como mostra claramente a presença de Maria no meio dos apóstolos à espera do Pentecostes (cfr. Act. 1, 14).
"Foi a partir desta singular cooperação de Maria com a acção do Espírito Santo que as Igrejas desenvolveram a oração à Santa Mãe de Deus, centrando-a na pessoa de Cristo, manifestada nos Seus mistérios. Nos inúmeros hinos em que esta oração se exprime, alternam habitualmente dois movimentos:
- um "magnifica" o Senhor pelas "grandes coisas" que fez pela Sua humilde Serva e, através d 'Ela, por todos os seres humanos" (cfr. Lc. 1, 46-55).
- O outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois Ela agora conhece a humanidade que n'Ela foi desposada pelo Filho de Deus" (Cat. Ig. Cat. n° 2675).
O ANJO FOI O PRIMEIRO A REZAR À VIRGEM
"Mas a função maternal de Maria, em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo, manifesta antes a Sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem SS.ma (...) deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dele depende inteiramente, haurindo aí toda a eficácia" (LG 60). "Efectivamente, nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só se difunde variadamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas, cooperações diversas, que participam dessa fonte única" (LG 62).
Compreendendo esta realidade não podemos estranhar, antes compreender a mediação de Maria, dos Anjos e dos Santos e até, dos irmãos na fé, e dela haurir as graças do Pai por Cristo, em proveito da nossa santificação. A própria Igreja na sua Liturgia da Missa, no acto penitencial, nos ensina isto, quando rezamos a confissão, que se divide em duas partes:
1º - A confissão da nossa condição de pecadores,
2º - O pedido de intercessão de outrém, em nosso favor, do perdão de Deus.
Porque somos indignos de o receber, rezamos: "Por isso, peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós irmãos, que rogueis por mim, a Deus nosso Senhor".
Em toda e qualquer oração que fazemos é o "Espírito Santo que nos une à Pessoa do Filho único, na Sua humanidade glorificada. E por ela e nela que a nossa oração filial comunga, na Igreja, com a Mãe de Jesus" (Cat. Ig. Cat. n° 2673), como mostra claramente a presença de Maria no meio dos apóstolos à espera do Pentecostes (cfr. Act. 1, 14).
"Foi a partir desta singular cooperação de Maria com a acção do Espírito Santo que as Igrejas desenvolveram a oração à Santa Mãe de Deus, centrando-a na pessoa de Cristo, manifestada nos Seus mistérios. Nos inúmeros hinos em que esta oração se exprime, alternam habitualmente dois movimentos:
- um "magnifica" o Senhor pelas "grandes coisas" que fez pela Sua humilde Serva e, através d 'Ela, por todos os seres humanos" (cfr. Lc. 1, 46-55).
- O outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois Ela agora conhece a humanidade que n'Ela foi desposada pelo Filho de Deus" (Cat. Ig. Cat. n° 2675).
O ANJO FOI O PRIMEIRO A REZAR À VIRGEM
"Este duplo movimento de oração a Nossa Senhora encontra
expressão privilegiada na oração da "AVE MARIA":
"Avé Maria": a saudação do Anjo Gabriel abre esta oração. É o próprio Deus que, por intermédio do Seu Anjo, saúda Maria.
"Cheia de Graça, o Senhor é conVosco": as duas palavras da saudação do Anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d 'Aquele que é a fonte de toda a graça. "Solta brados de alegria (...) filha de Jerusalém (...); o Senhor teu Deus está no meio de ti" (Sof. 3, 14.17a ). Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é "a morada de Deus com os homens" (Ap. 21 ,3). "Cheia de graça", Ela dá-Se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo" (Cat. Ig. Cat. n° 2676).
Também nós, muitas vezes, com o Anjo, digamos: AVÉ MARIA!
"Avé Maria": a saudação do Anjo Gabriel abre esta oração. É o próprio Deus que, por intermédio do Seu Anjo, saúda Maria.
"Cheia de Graça, o Senhor é conVosco": as duas palavras da saudação do Anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d 'Aquele que é a fonte de toda a graça. "Solta brados de alegria (...) filha de Jerusalém (...); o Senhor teu Deus está no meio de ti" (Sof. 3, 14.17a ). Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é "a morada de Deus com os homens" (Ap. 21 ,3). "Cheia de graça", Ela dá-Se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo" (Cat. Ig. Cat. n° 2676).
Também nós, muitas vezes, com o Anjo, digamos: AVÉ MARIA!